Os Primórdios do abastecimento de
água a Castelo Branco
As primeiras referências ao
abastecimento público de água a Castelo Branco
mencionam alguns chafarizes quinhentistas construídos para servir
pequenos núcleos populacionais à sua volta.
Em finais do século XIX (1890), com
o aumento incessante da população, a Câmara Municipal de
Castelo Branco conseguiu a obtenção de um empréstimo para,
entre outros melhoramentos, aplicar no abastecimento de água à
cidade.
Convidados os proprietários de
nascentes de água potável situadas na encosta sul da Serra da
Gardunha a apresentar propostas para as que pretendessem vender,
resultou dessas negociações que, em 4 de janeiro de 1892, viesse a
ser lavrada a escritura de aquisição das nascentes das
"Corticeiras" e da "Eirinha", na povoação de Casal da Serra.
Seguiu-se a aprovação do programa das captações de água e da sua
condução e distribuição na cidade.
Volvidas algumas décadas, o Decreto
n.º 21 907, publicado no Diário do Governo em novembro de 1932,
veio regular as condições do abastecimento de água a
Castelo Branco, que aqui chegaria no dia 26 de
dezembro de 1933.
Perante o contínuo aumento
demográfico, a Câmara aprovou, em 1934, o programa de concurso para
a construção da Barragem do Penedo Redondo (hoje Barragem Salles
Viana), no vale do rio Ocresa. Em outubro de 1935, com a conclusão
das obras, ficava acautelado o abastecimento de água à cidade para
as décadas seguintes.
Tendo prosseguido incessantemente
os estudos de novas captações e a ampliação da rede de
distribuição, com a construção das infraestruturas e ramais
necessários, nada de especialmente relevante neste domínio
ocorreria até à criação institucional dos Serviços Municipalizados,
em 20 de dezembro de 1944.
Os
Serviços Municipalizados de Água
Os Serviços Municipalizados de Água de Castelo
Branco foram instituídos em 20 de dezembro de 1944, tendo
em vista a exploração, sob forma industrial, do serviço público de
captação, condução e distribuição de água potável.
A partir de então e até 1987, ano
em que foi também levada a efeito a municipalização das atividades
ligadas à drenagem de águas residuais, os munícipes passaram a
dispor duma estrutura dedicada exclusivamente ao abastecimento de
água, o que veio contribuir para facilitar a mobilização de
vontades e de recursos nesse sentido.
Este ciclo de vida dos
Serviços Municipalizados caracterizou-se, numa
primeira fase, pela aquisição de outras nascentes, ampliação da
rede de distribuição na cidade e alargamento a algumas das
principais povoações do concelho, para o que foi construída a
Estação Elevatória do Lirião, inaugurada em 17 de junho de
1963.
Tornando-se imperioso estender o
abastecimento de água a todo o concelho, tal facto obrigou à
construção da Barragem do Pisco e respetiva Estação de Tratamento,
em S. Vicente da Beira. A ligação a partir desta Barragem ocorreu
no dia 26 de outubro de 1968.
Garantido o armazenamento de água
para os anos seguintes, constatou-se, decorrido algum tempo, que,
com o aumento gradual do número de consumidores, o seu fornecimento
poderia, em prazo não muito longínquo, vir a depender da maior ou
menor pluviosidade anual, dada a reduzida capacidade das duas
barragens existentes.
Resolvidas as dúvidas sobre a
melhor localização para uma albufeira, com opção pela zona
adjacente à capela de "Santa Águeda" (que hoje dá o nome à
barragem), e executado o respetivo projeto, seguiram-se anos de
inúmeras dificuldades, soluções de recurso e restrições ao consumo
que chegaram a limitar o fornecimento de água a apenas 3 horas
diárias, em agosto de 1981.
O concelho de Castelo Branco pôde,
enfim, respirar de alívio a partir das 0 horas do dia 11 de outubro
de 1989, quando foi introduzida nas condutas a água tratada na
Estação de Tratamento integrada no complexo da Barragem de Santa
Águeda. Era o passo que faltava para tornar possível o
abastecimento público a todos os munícipes aqui residentes.
A
Municipalização do serviço de drenagem de Águas
Residuais
A municipalização do Serviço de Drenagem de Águas Residuais foi
aprovada pela Assembleia Municipal em abril de 1987, com efeitos
reportados a janeiro do mesmo ano.
Os Serviços
Municipalizados passaram então a gerir as Estações de
Tratamento de Águas Residuais ETAR's, existentes e respetivas
redes, tendo adotado a designação "SMAS" - Serviços Municipalizados
de Água e Saneamento.
A partir daqui tornou-se uma
prioridade para estes Serviços proporcionar melhores condições de
salubridade aos seus consumidores/utilizadores, tendo sido
construídas novas ETAR's, condutas e Estações Elevatórias que
permitiram transportar ao adequado tratamento os efluentes
produzidos e assim satisfazer as necessidades da população do
concelho também neste domínio.
A
Municipalização do Serviço de Resíduos Urbanos
A experiência positiva retirada da municipalização dos Serviços de
Água e de Águas Residuais levou a Assembleia Municipal a aprovar a
integração do Serviço de Recolha de Resíduos Urbanos nos SMAS, a
partir de janeiro de 1999.
Com mais esta atividade a seu
cargo, os Serviços Municipalizados procederam à
aquisição de novo equipamento para recolha de resíduos sólidos,
criaram ecocentros em Castelo Branco e em Alcains e aumentaram
substancialmente o número de ecopontos e de contentores em todo o
concelho, assim contribuindo para que as populações fossem, pouco a
pouco, assimilando a ideia de que se torna cada dia mais importante
Reduzir, Reutilizar e Reciclar os resíduos produzidos(Política dos
3 R's).
Em 2007 os SMCB, com o contrato de concessão,
celebrado, com a empresa multimunicipal Águas do Centro, S.A,
deixaram de ser responsáveis pela captação de água e seu
tratamento, bem como pelo tratamento das águas residuais, ficando
apenas responsáveis pela distribuição de água em "baixa" e recolha
de efluentes.